domingo, 14 de outubro de 2007

10% dos doutorados têm excelência internacional

O ministro da Educação, Fernando Haddad, e o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), Jorge Guimarães, divulgaram nesta quarta-feira, 10, os resultados da avaliação de cursos de mestrado e doutorado do Brasil. Cursos e notas. Os cursos foram distribuídos em sete categorias, com notas de 1 (abaixo do mínimo exigido) a 7 (doutorado com nível de excelência, desempenho equivalente ao dos mais importantes centros internacionais). Dez por cento dos cursos avaliados encontram-se nos níveis 6 e 7 da avaliação. Para os cursos que só oferecem mestrado, a nota máxima possível era 5. Vinte e um por cento dos cursos enquadraram-se nesta categoria. Ao todo, 65% dos cursos oferecidos tiveram nota 4 (bom desempenho) ou mais. A avaliação trienal 2007 analisou o desempenho de qualidade relativo ao período 2004-2006. Foram avaliados 2.266 programas de pós-graduação, sendo 2.070 cursos de mestrado acadêmico, 1.182 de doutorado e 157 de mestrado profissional. Esta é a 15ª avaliação realizada depois da implantação do Sistema de Avaliação da Pós-Graduação Nacional, em 1976. São avaliados pontos como a produção científica dos cursos, a formação de mestres e doutores e o impacto social dos programas oferecidos pelas instituições. Os cursos com notas 1 e 2 são descredenciados pela Capes. A partir desta quarta-feira, os cursos têm prazo de 30 dias para a apresentação de pedidos de reconsideração dos resultados. O julgamento dos recursos deve ocorrer até o fim do ano.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Guitarrista do Queen completa sua tese de Doutorado após 27 anos.

Quem disse que nunca é tempo, vejam o exemplo do guitarrista Brian May da banda Queen, que entregou sua tese de PhD em astronomia, depois de 36 anos. Ele havia abandonado os estudos para se juntar à banda Queen. O músico fez trabalhos de observação astronômica recentemente em Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha), onde estudou a formação de "nuvens de poeira zodiacal". O assunto forma a base da tese de 48 mil palavras para o Imperial College de Londres, onde May - de 60 anos - estudava antes de se juntar ao Queen. May entregou a tese, chamada "Velocidades Radiais na Nuvem de Poeira Zodiacal", para o chefe de astrofísica do Imperial College, o professor Paul Nandra. O guitarrista deve discutir a tese com um painel de examinadores no dia 23 de agosto, de acordo com seu porta-voz. Os resultados deverão ser conhecidos logo depois desta data. May fez suas primeiras observações astronômicas para sua tese no Observatório del Teide, em Tenerife, em 1971, antes do sucesso com o Queen.

quinta-feira, 7 de junho de 2007


Tiro ao Doutor: a mira no professor universitário


por Anna Gicelle Garcia Alaniz
Nos últimos dois anos, a cada fim de semestre, surtos de pânico acometem o corpo docente das instituições particulares de ensino superior. É que esse é o período de "tiro ao doutor". É o momento em que as instituições demitem o "excedente" de mão-de-obra em nome da "eficiência" e da redução de custos.
Sabemos que o MEC exige um número determinado de mestres e doutores para aprovar e reconhecer a abertura de cursos superiores nas instituições privadas. A nota que as comissões de reconhecimento atribuem aos novos cursos está diretamente relacionada com o nível de qualificação do corpo docente. O que não sabemos é por que o MEC se omite em relação ao destino desses profissionais após o reconhecimento desses cursos.
Estamos assistindo impotentes ao aviltamento da condição dos professores universitários devido ao excesso de profissionais no mercado e devido à mercantilização do ensino superior. Houve nos últimos anos uma proliferação inconsistente de instituições privadas de grandes redes, cujo único objetivo é o lucro e que se destinam a absorver estudantes de média e baixa renda, sem acesso à universidade pública. Os donos e administradores dessas instituições "desconhecem" os mais básicos princípios da pedagogia e oferecem um tipo de ensino que acreditam "até bom demais para seus alunos de segunda e terceira classe".
Nesse contexto, os docentes têm seus direitos trabalhistas flagrantemente desrespeitados e sua liberdade de ação tolhida por estúpidas normas internas, que rebaixam a qualidade das aulas e humilham profissionais de primeira linha. E, normalmente, após o reconhecimento do curso por parte do MEC, começa uma ação sistemática de descarte dos docentes com titulação de doutor, para baratear os custos da folha de pagamento. Em seu lugar, mestres e especialistas assumem e se prestam a todo tipo de humilhações para não perder seus empregos.
Desculpas esfarrapadas
Uma dessas conhecidas redes de ensino, que recentemente se espalhou pela região metropolitana de Campinas e cobriu várias cidades com seus outdoors – que são uma pequena amostra de seu marketing agressivo –, é um exemplo vívido do que estamos enfrentando. Entrando no mercado com pretensões megalômanas, essa instituição mantém um preço competitivo, penalizando seu corpo docente e a qualidade de seus cursos. O período de quatro horas-aula encerra-se às 22 horas para diminuir o adicional noturno dos docentes; a extensão letiva dos cursos diminui a cada ano, e atividades totalmente estapafúrdias são consideradas como horas-atividade para atender aos critérios elásticos do MEC; normas de "qualidade" são desculpas esfarrapadas para a padronização das aulas, retirando toda a capacidade de iniciativa dos docentes e preparando o caminho para a implantação dos sistemas de ensino a distância, que visam a total eliminação dos docentes da folha de pagamento.
Por essas e outras e devido ao seu marketing absolutamente agressivo, essa rede de ensino semeou o pânico em instituições particulares mais tradicionais, com décadas de serviços prestados à comunidade. Para se conservar no mercado, essas instituições mais antigas passaram a diminuir sistematicamente seus custos e têm procedido demissões coletivas de doutores que chegam a números assustadores, que ultrapassam a centena de profissionais por instituição. Essas demissões atingem docentes com muitos anos de serviço e conhecida reputação pedagógica, que estão sendo jogados em um mercado de trabalho quase inexistente, uma vez que os anúncios de jornais solicitando mestres e doutores visam apenas a montagem de cursos para reconhecimento pelo MEC e não uma relação empregatícia honesta e duradoura.
A enganação
Uma das áreas de ensino que mais prolifera no momento é a da, assim denominada, gestão de negócios. Cursos como administração e ciências contábeis, que no passado eram apenas encontrados em escolas de comércio, adquiriram status de ensino superior apenas ao incorporar conteúdos humanísticos em suas grades curriculares. Hoje, para baratear seus custos, enganam o MEC eliminando essas matérias humanísticas e "ajustando" seu conteúdo de maneira pífia em outras matérias que deveriam ser correlatas. É o caso dos cursos de ciências contábeis que eliminam a disciplina de cultura brasileira, incorporando-a à de economia em nome desses ajustes curriculares.
O aluno oriundo da rede pública de ensino, aqui em São Paulo, já vem prejudicado por ter sido vítima da famigerada "progressão continuada", que a mídia insiste em ignorar. Os estudantes chegam ao ensino superior com deficiências atrozes de conteúdo básico, quando não completos analfabetos funcionais. Nós, que ministramos as matérias de conteúdo humanístico, fazemos esforços sobre-humanos para suprir suas carências e conseguir que desenvolvam suas potencialidades para poder acompanhar as matérias mais técnicas.
Agora, que estamos sendo demitidos em massa, o que acontecerá com esses alunos? O Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley já chegou e não foi necessário o uso da genética. Bastaram algumas gestões do PSDB para que uma geração inteira de jovens se transforme em profissionais-gama com diplomas de terceira categoria. Assim, os ricos continuarão cada vez mais ricos e os pobres agora têm sua ignorância reconhecida e sustentada por diplomas universitários assinados e reconhecidos pelo MEC.
A prova cabal do descalabro desse sistema é o exame realizado pela OAB para admitir em sua categoria os bacharéis recém-formados. O exame da Ordem reprova a maior parte dos alunos oriundos dessas novas redes de ensino, devido à baixa qualidade dos cursos. Índices de 10 a 17 por cento de aprovação contra os mais de 60 por cento das instituições mais tradicionais falam por si sós. Se houvesse exames isentos para todas as outras categorias profissionais, o quadro grotesco que se desenharia talvez acordasse nossas autoridades.
O que já aconteceu aqui em São Paulo é irreversível. Mas e o futuro? Até quando a mídia, o MEC e os tecnocratas vomitadores de estatísticas vão fingir que está tudo bem? Quem deve ser processado e responsabilizado por toda essa esbórnia? Que país queremos?
Anna Gicelle Garcia Alaniz é doutora em história social pela USP - artigo publicado na revista Caros Amigos, n.° 120, Março 2007.
Não podia deixar de postar este artigo de autoria da Doutora Anna Gicelle Alaniz, precisamos refletir e muito sobre o tipo de educação que queremos e precisamos.

domingo, 27 de maio de 2007

Dentista indeniza colega em R$ 10 mil por plágio de trabalho de mestrado

Para aqueles que trabalham com o desenvolvimento de material de pesquisa, segue uma reportagem publicada sobre a questão de direitos autorais e plágio.
"A cópia de trechos integrais da pesquisa de terceiro, sem citação da fonte de informação, configura o plágio vedado expressamente pela Lei 9.610/98. Em decisão unânime, a 9ª Câmara Cível do TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) confirmou a condenação de um dentista, que publicou artigo reproduzindo parte da dissertação de mestrado da colega de profissão.
Segundo informações do tribunal, para disfarçar a cópia, o réu utilizou-se de instrumentos lingüísticos como alterações das orações, inversões de palavras e a retirada de algumas frases para composição de seu texto. O material foi veiculado nos anais de um congresso especializado em odontologia.
A autora da ação de indenização por danos morais relatou que, anteriormente, o dentista também utilizou o estudo científico dela, sem indicação da autoria, na dissertação de mestrado que fez.
Para o relator do recurso do réu, desembargador Odone Sanguiné, o cientista que autoriza a reprodução e divulgação de suas idéias em outros trabalhos pressupõe que o consulente, ao valer-se do seu entendimento para aprimorar o próprio estudo, cite a fonte da informação.
“Ainda que as passagens reproduzidas não constituam parte expressiva do artigo publicado pelo réu, subsiste o direito da demandante ter seu nome identificado como autora dos trechos reproduzidos.”
Segundo o magistrado, o inciso 27, do artigo 5º da Constituição Federal também assegura aos autores o direito exclusivo da utilização, publicação ou reprodução de suas obras.
O magistrado reduziu de R$ 20 mil para R$ 10 mil a reparação por dano moral, com acréscimo de juros legais e correção monetária pelo IGP-M. Ele considerou que o plágio restringiu-se a 17% do artigo, além de não ter ocorrido nenhuma situação constrangedora concreta à honra da autora.
Determinou ainda que o dentista deve publicar errata, por três vezes consecutivas, em revista de expressão no meio de odontologia, identificando a autoria dos trechos copiados.
Acompanharam o voto do relator os desembargadores Iris Helena Medeiros Nogueira e Tasso Caubi Soares Delabary.
Domingo, 27 de maio de 2007"
Bom domingo a todos vocês.

segunda-feira, 9 de abril de 2007


William de Occam formulou um princípio que se tornou conhecido como a Navalha de Occam. Em sua forma original, é dito "não multiplique as entidades desnecessariamente." Ou seja, se você pode explicar alguma coisa sem supor a existência de alguma entidade, então deve fazê-lo.

A máxima de Occam era que, quanto mais simples uma explanação, melhor. A menos que seja necessário, não introduza complexidades ou suposições em um argumento. Não só o resultado será menos elegante e convincente, como também terá menos probabilidade de estar correto.

Occam usou a navalha para liquidar com os universais da teoria do realismo, insistindo que uma explanação válida tem que ser baseada em fatos simples e observáveis, suplementada por pura lógica.

Simples, não!

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Os Dez Mandamentos da promoção de vendas

Os dez mandamentos da promoção de vendas foi criado para lembrar aos dirigentes de marketing a importância do planejamento estratégico.

  1. Definirás claramente teus objetivos em termos de produtos, alvos e resultados.
  2. Tua promoção de vendas será planejada para 12 meses e os recursos que utilizarás serão definidos claramente (orçamento, recursos humanos...)
  3. Escolherás o instrumento promocional mais bem adaptado ao teu produto.
  4. Procurarás não comprometer tua imagem de marca pelo nível de tua promoção.
  5. Procurarás encontrar uma boa adequação entre teu alvo, teus objetivos e a natureza de tua oferta promocional.
  6. Não te esquecerás de que a promoção de vendas é dirigida não somente ao consumidor final, mas também a tua força de venda e teus distribuidores.
  7. Verificarás sempre se tua ação promocional atende satisfatoriamente aos critérios legais estritos que a regem.
  8. Verificaras se a oferta escolhida é tecnicamente viável e calcularás a repercussão sobre os teus custos de fabricação.
  9. Guardarás na memória que a promoção de vendas é uma instrumento muito útil a PME (Pequena e Média Empresa).
  10. Analisarás detalhadamente o resultado da tua política promocional e dali retirarás lições para as ações futuras.

Nas próximas postagens iremos discutir cada uma das dez leis da promoção de vendas.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Considerações: O Escândalo dos Doutores

Demissão ou não-contratação de profissionais qualificados por parte das universidades particulares aponta para o descalabro da educação no Brasil, regida pela concepção do ensino como mercadoria e pela falta de visão que nosso Sr.. Presidente da Republica e o Sr. Ministro da Educação Cristovam Buarque possuem sobre a formação de nível superior, achei a matéria abaixo bem interessante e a trouxe aqui para podermos discutir.


RENATO MEZAN
COLUNISTA DA FOLHA

Abro meu e-mail e deparo com uma chamada intrigante: "A PUC-SP [Pontifícia Universidade Católica] não discrimina doutores". Quem envia a mensagem é a Assessoria de Comunicação Institucional (Acipuc): para meu espanto, fico sabendo que muitas faculdades particulares se recusam a contratar professores com título de doutor ou, mesmo, os despedem logo após a defesa. E por quê? Porque um doutor ganha alguns reais a mais que um mestre, e, este, mais do que um bacharel, licenciado ou especialista.

Dia seguinte: encontro na Ilustrada uma crônica de Moacyr Scliar, "Crime e Castigo". O coordenador está passando uma descompostura no professor, cuja freqüência a um curso de pós-graduação acaba de ser descoberta: como ousa ele fazer tamanha bobagem? E dá-lhe ameaças! O professor, atônito, concorda em desistir da pós ou, pelo menos, manter secreto o seu título quando o obtiver -qualquer coisa, desde que não perca o emprego.
Os alunos que se danem: desde que paguem suas mensalidades, o que menos importa é a qualidade do que for ensinado

Conversas com colegas me fazem ver que o assunto não é, como havia pensado, uma piada de mau gosto. A "discriminação contra os doutores", por motivos que beiram o ridículo -mais R$ 10 por hora-aula-, na maioria das vezes é um dos escândalos mais grotescos que encontramos nesse amontoado de aberrações em que se converteu o ensino superior pago neste país. Custa a crer que o aperfeiçoamento de um professor seja causa de demissão ou de não-contratação; no entanto é o que vem acontecendo em inúmeras escolas particulares. Aqueles com quem conversei a respeito estão receosos; temem ser postos no olho da rua se forem identificados. Mas suas experiências são "amargas", como me disse um deles.
Não basta, contudo, esfregarmos os olhos e nos indignarmos com esse absurdo. É preciso refletir sobre o que ele significa, sobre o descalabro que se instalou no setor pago do ensino superior. O paradoxo torna-se ainda maior se lembrarmos que, nas últimas décadas, órgãos como o CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], a Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] e a Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo] aplicaram centenas de milhões de reais em bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, visando à capacitação do pessoal docente e, por extensão, à melhoria do nível de ensino no país.Apenas uma fração dos que obtêm esses títulos podem ser absorvidos pelas universidades públicas ou por escolas particulares que valorizam a titulação, como as PUCs, FGVs e algumas (poucas) outras. Quando o recém-doutor envia seu currículo ou vai fazer uma entrevista, descobre que seu título depõe contra ele, que está "overqualified"...

Sabemos que, para credenciar um curso, o Ministério da Educação exige, entre outras coisas, uma certa cota de doutores e mestres no corpo docente; mas essa cota muitas vezes não é observada ou, quando o é, portadores de certificados de especialização (curso no qual não é preciso redigir uma tese) contam como mestres. Credenciado o curso, as verificações são esparsas e complacentes, aceitando-se explicações esfarrapadas para a insuficiência de pessoal titulado.

Estamos diante de uma concepção do ensino como mercadoria e da mão-de-obra que produz essa mercadoria como fator meramente quantitativo, cujos custos devem ser mantidos no patamar mais baixo possível.A educação superior está estruturada como uma pirâmide: os alunos da graduação são educados por alguém que já concluiu seus estudos universitários e que busca na pós-graduação um complemento para avançar na carreira.O título deveria ser um diferencial capaz de decidir uma contratação, como é nos concursos, mas se verifica o oposto: contanto que sejam preenchidas as horas-aula, é mais lucrativo pagar menos e selecionar um professor que tenha apenas bacharelado, argumentando que a "cota" de titulados (10%, no caso dos doutores) já está preenchida. E os alunos que se danem: desde que paguem suas mensalidades, o que menos importa a quem lhes vende um diploma é a qualidade do que for ensinado. Todos conhecemos "universidades" em que, como nos clubes, para entrar no campus se passa um cartão pela catraca; basta estar intramuros, ainda que na lanchonete ou no cabeleireiro, para "ter presença" e não "estourar em faltas".

Conhecimento novo

A miopia dos donos dessas arapucas tem um componente de ganância e outro de ignorância, esta a respeito da diferença entre um doutor e um mestre. Um doutor não é apenas um mestre que escreveu mais uma tese; pelas regras da academia, ele pode orientar candidatos a ambos os títulos porque é um especialista em sua área e cujo trabalho foi avaliado publicamente por uma banca na qual pelo menos dois componentes devem ser de outra instituição.Não estou idealizando o valor de um título: todos sabemos que há teses melhores e piores, departamentos mais exigentes ou menos. Mas é lícito supor que alguém que passou pelo duro teste de duas defesas de tese só pode enriquecer o curso de graduação em que vier a dar aulas.Outro equívoco que precisa ser dissipado diz respeito ao "binômio ensino e pesquisa". Sem querer desqualificar a atividade de pesquisador, deveríamos reconhecer que muitos professores, titulados ou não, não possuem vocação para produzir conhecimento novo, que é o que significa no sentido acadêmico a palavra "pesquisa". Seu talento é transmitir o conhecimento já existente, algo tão necessário quanto pesquisar, especialmente nos cursos de graduação, nos quais se trata de equipar o aluno com o saber já acumulado naquela área de estudo.

Preparar boas aulas não é o mesmo que pesquisar; se é preciso ler, informar-se, planejar, isso não significa que quem assim procede seja um investigador desbravando as fronteiras do conhecimento. Por vezes, podem coincidir na mesma pessoa um ótimo pesquisador e um excelente professor; mas isso é raro, e é injusto exigir que seja sempre assim.

Deveríamos valorizar a figura do bom professor, empenhado em realizar seu papel da melhor forma possível. Disso, seguramente, faz parte a busca de aperfeiçoamento por meio dos cursos de pós-graduação; esses professores deveriam ser incentivados, e não punidos -é o mínimo que se pode pensar.
O mínimo necessário

Da mesma forma, os diplomas de nível médio deveriam ser mais valorizados, melhorando o conteúdo dos cursos que os conferem e desmistificando a idéia de que somente o diploma universitário conduz a um futuro mais promissor. Inúmeros alunos de escolas particulares, sobretudo nos cursos noturnos, não têm condições -nem desejam- de fazer mais do que o mínimo necessário para obter um diploma. Por que os iludir, fazendo-os crer que, ao terminar um curso de quarta categoria, estarão dando o salto para o sucesso profissional?Não seria mais digno e mais honesto reconhecer que um curso médio consistente teria mais efeito, com um custo muito menor de tempo e de dinheiro?

Mas isso implicaria reconhecer de público o que todos sabem: inúmeras faculdades particulares têm por objetivo principal o enriquecimento dos seus proprietários, e, para alcançá-lo, estão dispostas a vender um serviço de qualidade pavorosa.

O nível do que ali é ensinado só não é pior devido à dedicação de muitos professores, que consideram sua missão utilizar a disciplina que lecionam, mesmo que seja de cunho "técnico", para formar, na parca medida do possível, o espírito dos seus alunos. É indigno que seus empregadores faturem milhões economizando tostões.

Para terminar, uma sugestão concreta: que, no projeto de reforma universitária atualmente em debate, sejam introduzidos dispositivos que favoreçam a maior capacitação do corpo docente, usando os tradicionais instrumentos empregados pelos cavaleiros para fazer andar suas montarias -a cenoura e o chicote.Cenoura: vantagens aos cursos que tenham maior proporção de professores titulados; chicote: sanções disciplinares e monetárias (provavelmente as únicas eficazes, nesse território) contra os que, a cada ano, não aumentarem aquela proporção até chegarem a um nível aceitável de titulados -por exemplo, 50% de mestres e 30% de doutores. Quem sabe, ameaçando mexer no bolso dos empresários do ensino, o escândalo da "discriminação dos doutores" venha a se tornar mais uma das vergonhosas lembranças que o Brasil esconde nos desvãos da sua memória. Por enquanto, ele é uma chaga aberta e fede a gangrena.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Organizações Complexas.

Esse trabalho busca contribuir para uma visão crítica sobre as Organizações Complexas e a forma como são constituídas e a sua importância para a moderna Gestão Estratégica. Minha idéia é a partir deste ensaio construir um artigo que venha a contribuir com o conhecimento cientifico das organizações

O que são Organizações?

Segundo Philip Selznick, podemos definir organizações como estruturas formais porque representam instrumentos racionalmente organizados para a consecução de objetivos anunciados. Ou segundo a visão de John M. Gaus, “Organização é o arranjo e a obtenção de pessoal para facilitar a realização de algum objetivo de comum acordo, por meio da distribuição de funções e responsabilidades”. Podemos ainda sob a definição generalizada de Chester I. Bernad, que a organização formal é “um sistema de atividades ou forças conscientes coordenadas, entre duas ou mais pessoas”.

Para que servem as Organizações?

Segundo Amitai Etzioni, as organizações são unidades sociais, orientadas para a consecução de objetivos ou metas específicos. Neste sentido podem ser concebidas como instrumentos que conquistam seu significado e direção diretamente por sua função. Não obstante, uma das observações mais importantes dos que estudam organizações é que freqüentemente os “instrumentos” determinam, em parte, os objetivos a que são aplicados. Este processo reveste-se de diversas formas: metas iniciais poderão provar que são “utópicas” em natureza, e o pessoal organizacional poderá ajustar estes objetivos tornando-se mais realistas. As metas originais da organização poderão ser negligenciadas sem ser modificada oficialmente; a organização poderá desenvolver objetivos alternativos ou concorrentes, mais condizentes com os interesses de seu “staff”. Ou a organização poderá ver sua tarefa predominante na manutenção e expansão próprias.

Como se caracterizam as organizações?

Segundo Talccot Parsons, a estrutura de uma organização se caracteriza primeiro pela existência de uma espécie de “administração” ou “controle gerencial” – um grupo de pessoas que assumiram alguma espécie de responsabilidade especial em face dos assuntos da organização , geralmente formulados como “formação de diretrizes” ou “tomada de decisões”. Depois, sob o controle deste grupo mais alto, conceberíamos vários grupos operantes, dispostos em formação de “linha” em sentido descendentes, até o grupo mais baixo, no canal ou linha de comando.

Diferentes tipos de Organizações?

Se para Philip Selznick, os sindicatos e associações de classes, governos, empresas comerciais e industriais, partidos políticos, igrejas, etc. são estruturas formais de organizações por estarem racionalmente organizadas para a consecução dos objetivos enunciados. Podemos definir pelo menos dois tipos básicos de Organização:Organização Governamental e Organização Privada. Partindo destas duas definições podemos determinar o tipo de organização de acordo com o tipo estrutura organizada socialmente.

Onde atuam as Organizações?

Em todos os segmentos da sociedade formalmente constituída.